O leitor toma conhecimento de fatos ocorridos na história do Brasil, que elucidam questões que deveriam ser ensinadas nas escolas.
O autor não se posiciona de forma crítica, relata os fatos com base em pesquisas.
É louvável a forma, já que o leitor, de acordo a sua maturidade política, poderá abstrair o que melhor lhe convier a respeito dos fatos.
A viagem da monarquia
A monarquia portuguesa decidiu sair de Lisboa com destino à colônia, empurrada por Napoleão Bonaparte que estava decidido a invadir Portugal.
Empobrecida, sem recursos financeiros e logísticos para combater Napoleão, a opção de D. João VI foi abandonar os súditos em Portugal, com apoio da Inglaterra.
A frota de navios ingleses era composta por embarcações bem estruturadas e diferente do que ocorria com a portuguesa, cujas embarcações não passavam de sucatas.
Por isso, e devido à forma apressada que a corte saiu para o Brasil, D. João IV chegou a Salvador sofrendo o pão que o diabo amassou.
Abertura dos portos para inglês ver
Na Bahia, para tornar-se simpático aos brasileiros e atender acordos com a Inglaterra, decidiu abrir os portos da colônia às nações amigas.
Os países europeus estavam sendo invadidos pelo exército do jovem general Napoleão.
A Inglaterra manteve-se combatente às investidas do conquistador, logo, não é difícil concluir que ao abrir os portos às nações amigas D. João IV permitiu, apenas, que navios ingleses atracassem em portos brasileiros.
Trovões, caranguejos e corrução
D. João VI foi um príncipe feio, com lábios pendentes, mãos finas, inseguro, tinha medo de caranguejos e trovoadas.
O medo de caranguejo era tanto que ele usava uma piscina fabricada de madeira, depositada nas praias do Rio de Janeiro, para evitar o contato com os crustáceos.
Para manter o elevado custo da corte, corrupta e perdulária, o monarca fez de tudo um pouco: trocava favores; ajudava a praticar genocídio com o tráfico de escravos; e recebia bens de traficante.
Enquanto recebia favores, mantinha custos elevados com a igreja, a exemplo de pagamento do valor equivalente a 14 mil reais por mês ao padre para confessar a rainha.
Subornava o proprietário do primeiro jornal publicado no Brasil para não divulgar notícias contrárias aos interessasses da monarquia.
Desordem econômica e exigências de Lisboa
Enquanto refugiado no Brasil, contribuiu para a desordem e saques aos cofres públicos.
Ao retornar a Portugal, traze anos depois, para conter movimentos da revolução liberal que surgiu na cidade do Porto, em 1920, devido o sentimento de abandono provocado pela vinda do monarca para a colônia, ele foi obrigado a concordar com as exigências das Cortes portuguesas e jurar uma nova Constituição, mesmo antes de desembarcar em Lisboa.
O autor também relata outros acontecimentos vividos por personagens famosas a exemplo de Carlota Joaquina, cuja convivência não foi nada pacífica.
O livro relata muitos outros detalhes da história brasileira que merecem ser conhecidas.
Leitura recomendadíssima!
Laurentino Gomes
Formado pela Universidade Federal do Paraná, com cursos de especialização nas Universidades de São Paulo, Cambridge, na Inglaterra, e Vanderbilt nos estados Unidos.
Referência bibliográfica
1808: História do Brasil / Laurentino Gomes – 1956.
– Planeta do Brasil, 2007.
408p.:
ISBN: 978-85-766-5320-2
1.Literatura brasileira 2. História do Brasil.
(R)
Nao sei como foi conseguido, sintese tao resumida, do conteudo tao extenso e abrangente, permecendo a fidelidade de toda estrutura do livro.Assim tudo foi dito em poucas palavras sem perder o conteudo. Parabens pelo resumo.
Rio,16/08/2009 celso novaes
Caro Celso,
Grato pelos comentários.