A vida dos moradores do edifício Wadia, construído há 120 anos em Bombaim, na Índia, serviu como pano de fundo para a história.
Um casamento reuniu antigos moradores e criou oportunidades para lembranças de acontecimentos e experiências, motivadas por intervenções familiares e políticas.
Tradição questionada
Projetos pessoais, a exemplo do que aconteceu com a jovem Dosamai, cujo casamento foi imposto pelo pai, e a separação do indiano Soli e a namorada, judia, Mariam, são alguns dos relatos mais instigantes do texto.
Algumas citações políticas sobre a independência da Índia e as contradições de famílias que, apesar de concordarem com o movimento político liderado por Gandhi, enviam seus filhos para a Inglaterra e os Estados Unidos, na busca de outras culturas, são percebidas no texto.
Muitos dos que se foram com o objetivo de estudarem na Inglaterra e nos Estados Unidos resolvem permanecer naqueles países, devido às oportunidades oferecidas.
Enquanto os moradores do edifício reclamavam do açougueiro, do leiteiro e dos valores exorbitantes do queijo e da manteiga, os que moravam em ruas que habitavam o seu entorno sofriam da falta de políticas sociais.
Esses fatos, à medida que os moradores do Wadia melhoravam de condições econômicas eram obrigados a se privarem do acesso a bens para não serem agredidos por outras castas.
A grande discrepância social tornava conveniente aos ricos não ostentarem suas posses.
Por outro lado, conviver no Wadia era cômico e excêntrico.
O texto apresenta melodramas de relacionamentos entre pessoas da mesma família acentuados por dividirem o mesmo espaço; problemas psicológicos provocados em jovens, por terem sido jogados em relações sexuais sem a devida preparação; paixões interrompidas, abruptamente, por questões religiosas; além de hábitos e costumes socialmente inaceitáveis, em sociedades modernas.
A autora aborda vários temas e não se aprofunda em nenhum deles.
Apesar da superficialidade, o texto agrega conhecimento cultural e chama a atenção para interferências familiares nos relacionamentos conjugais.
Thrity N. Umrigar
Escritora e jornalista. Leciona na Case Western Reserve University.
Escreveu “A distância entre nós” e “A doçura do mundo”.
Ganhou o prêmio Neiman Fellowship da Harvard Universsity.
Cresceu na cidade de Bombaim, na Índia, e mora em Cleveland, Ohio.
Referências bibliográficas
Umrigar, Thrity N.
Um lugar para todos / Thrity Umrigar; tradução Regina Lyra. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 2008.
Tradução de: Bombay Time
ISBN 978-85-209-2192-0
1.Edifícios de apartamentos – Ficção. 2. Bomabim (Índia) – Ficção. 3. Índia – Uso e costumes – Ficção. 4. Romance indiano (Inglês). I. Lyra, Regina. II. Título.
(R)
Você gostou desse livro do Thruty Umrigar?
Todas as obras dele estão nesse site: http://www.novafronteira.com.br/umrigar.
Vale a pena uma olhada