O livro versa sobre a economia política da América Latina, com riqueza de detalhes históricos que chamam a atenção para fatos que influenciaram no desenvolvimento dos países latino-americanos.
A obra, multifacetada, possibilita aos interessados nas ciências políticas e sociais aprofundarem-se nas pesquisas, tendo por base documentos e citações que registram fatos importantes e oferecem, aos desprovidos de paixão política, oportunidade para tirarem suas próprias conclusões.
América Latina, a vítima
Os genocídios de populações e o aniquilamento de culturas indígenas, praticadas por povos europeus na América Latina, tiveram por objetivo: explorar as riquezas minerais, a fertilidade do solo, além da mão de obra barata e abundante.
A América Latina se tornou uma área estratégica para os Estados Unidos e Europa, como fornecedora de minerais e base para a produção de alimentos em grande escala.
Produzia-se o que interessava à Europa e aos Estados Unidos.
A conveniência econômica e política dos importadores mudavam a geografia agrícola.
Assim, aconteceu com a cana de açúcar, o cacau, o café, a seringa e o algodão.
Interesses estratégicos
A Europa reduziu a sua influência na América Latina, pós a Segunda Guerra Mundial, cedendo espaço aos Estados Unidos, que aproveitou para expandir os seus interesses no continente.
A América do Norte fomentou, estimulou, apoiou e financiou movimentos políticos que concordaram com os seus interesses estratégicos para se tornarem a maior economia do planeta.
Desta forma, vários regimes autoritários forma instalados estimulados por países democráticos.
O modelo fundiário, implantado na América Latina, visou, tão somente, o baixo custo das explorações agrícolas voltados para a exportação.
A estrutura latifundiária dos países latino-americanos, largamente estimulada pelos Estados Unidos, divergia da ocupação definida para os seus territórios.
Naquele país, para estender as fronteiras, Abraão Lincoln assegurou a cada família, apenas, 65 hectares.
Promoveu a matança de índios e a migração de estrangeiros.
Ciclo da borracha e as epidemias
Meio milhão de brasileiros, nordestinos, sucumbiu às epidemias, ao impaludismo e à tuberculose no auge da exploração da borracha, ao migrarem para a Amazônia.
Estima-se que oito milhões de vidas foram ceifadas na exploração da prata na rica montanha de Potosi, na Bolívia.
O autor relata crimes praticados contra índios, que habitavam a Amazônia, para beneficiar empresas multinacionais na exploração de jazidas minerais e revela os motivos da renúncia do presidente de Jânio Quadros.
Comenta sobre o suicídio do presidente Getúlio Vargas e do apoio dos Estados Unidos aos golpes militares no Brasil, na Argentina, no Chile e em outros países latino-americanos.
Chama a atenção para o genocídio praticado pelo Brasil, Argentina e Uruguai contra os povos paraguaios.
Eduardo Hughes Galeano
Jornalista e escritor, nascido em Montevidéu no Uruguai em 1940.
Suas obras foram traduzidas em diversas línguas.
Escreve histórias que contempla assuntos políticos e o cotidiano.
Foi exilado político na Espanha e na Argentina. Sua obra de maior relevância política e social é “As Veias Abertas da América Latina”.
Escreveu dentre outros títulos “Casa de Las Américas”, “Memória do Fogo”.
Referência bibliográfica
Galeno, Eduardo, 1976
As veias abertas da América Latina: Tradução de Galeno de Freitas, Rio de Janeiro, Paz e Terra
Do original em espanhol: Las venas abiertas de America Latina.
365p.
ISBN 978-85-7753-081-2
1. América Latina – História. 2. América Latina – Recursos. 3. Imperialismo. 4. Ensaio I. Título II. Série.
(R)