O título, Múltipla Escolha, insinua a condição do ser humano em escolher o seu destino.
O texto é abrangente, instigante e provocativo, contudo, não apresenta sugestões para a maioria das questões sociais referidas.
Oferece posicionamentos a respeito das relações, tendo como pano de fundo a hierarquia da pirâmide familiar.
Desabafamento e autoridade familiar

Múltipla Escolha se apresenta como um discurso de desabafo, diante do descontentamento por ausência da ética nas relações, necessária à formação de valores, que contribuem para o encontro com a esperada e remota justiça social.
Ausência de percepção
“É estranho pensar que tudo tem sua importância: o modo como levo o copo d’água, o jeito com olho o meu filho, dirijo meu carro, escrevo meu texto, prendo o botão da camisa com o cheiro da pessoa amada, cavo minha cova ou como uma fruta. Tudo modifica o mundo, tudo depende (em parte) de mim.”
Sentimento em vez de artifício
“E mesmo que se possa manter, com vários recursos, uma aparência boa em qualquer idade, nenhum artifício, por mais hábil que seja, substitui uma mente arejada, a alegria de viver, e o prazer das coisas.”
O texto merece ser visto como um retrato social que concentra atitudes que ultrapassam direitos e deveres.
A humanidade é mutável e os valores variam de sociedade para sociedade.
É só ver as notícias divulgadas de outras civilizações para entender que o feio, ruim e extravagante para um povo pode ser belo, bom e normal para outros.
Lya Luft
Começou a carreira em 1980, aos 41 anos, com a publicação do romance As parceiras.
Escreveu A asa esquerda do anjo (1981), Reunião de família (1982), Mulher no palco (1984), O quarto fechado (1994), Exílio (1987), O lado fatal (1988), A sentinela (1994), O rio do meio (1996), Secreta mirada (1997), O ponto cego (1999), Histórias do tempo (2000), Mar de dentro (2002), Perdas & Ganhos (2003), Pensar é transgredir (2004), Histórias de Bruxa Boa (2004) além de outros títulos.
Formada em letras anglo-germânicas e com mestrado em Literatura Brasileira e Linguística Aplicada, foi professora de linguística de 1970 a 1980.
Atuou como tradutora de várias obras de autores consagrados, como Virginia Woolf, Günter Grass, Thomas Mann e Doris Lessing.
Referência bibliográfica
Luft, Lya
Múltipla escolha / Lya Lu
ft. – Rio de Janeiro: Record, 2010.
189p.
ISBN 978-85-01-08952-6
1. Luft, Lya, 1938-. 2. Ensaio. I. Título.
(R)
Gosto muito de seus comentários sobre os livros lidos….possuem uma visão bem suscinta do tema tratado e com um leveza bastante agradável……voce é o cara….